São os livros escritos sob um nome fictício. Para outros são os escritos judaicos, extrabíblicos, não inspirados do Antigo Testamento.
São considerados de valor no estudo do cânon, e alguns estudiosos os incluem no mesmo grupo dos apócrifos.
Dentre os pseudepígrafos destacam-se:
1) O Livro de Enoque.
A crítica textual não tem condições de localizá-lo exatamente em determinada época, mas deve pertencer ao período de 200 a.C. e as primeiras décadas do primeiro século da nossa era.
De uma coisa temos certeza: este livro trouxe uma contribuição especial ao conceito do Messias celeste e o Filho do Homem.
2) A Assunção de Moisés.
Deve ter sido publicado no tempo de Cristo e procura narrar a história do mundo, em forma de profecia, desde Moisés até ao tempo do autor.
3) Os Oráculos Sibilinos.
São obras judaicas que, à imitação das profecias pagãs de Sibila, pretendem divulgar o pensamento hebraico entre os gentios.
4) O Livro dos Jubileus.
É um comentário sobre Gênesis, frisando que a Lei foi observada desde os mais remotos tempos. Recebe este nome pelo fato de dividir a história em períodos jubileus, isto é, quarenta e nove anos (sete semanas de anos).
5) O livro dos Segredos de Enoque (II Enoque).
Descreve pormenorizadamente os sete céus e antecipa em mil anos o reinado de Deus na terra.
6) O Apocalipse de Baruque.
Alguns o atribuem ao escriba de Jeremias.
Foi escrito, segundo os críticos, nas últimas décadas do primeiro século da nossa era.
7) O Apocalipse de Abraão.
É uma obra judaica com passos de literatura do cristianismo.
Pertence ao século I da nossa era.
8) Os Salmos de Salomão.
Coletânea de dezoito salmos, escrita por um fariseu, que viveu na segunda metade do primeiro século da era cristã.
O estilo é bastante semelhante ao dos Salmos que temos na Bíblia.
9) A Carta de Aristéias.
É interessante por informar-nos das supostas circunstâncias em que foi feita a tradução do Velho Testamento hebraico para o grego.
10) O III e IV Macabeus.
No III encontramos uma tentativa de massacre dos judeus no reinado de Ptolomeu Filopator.
O IV é um tratado filosófico ilustrando a tese do autor no caso dos mártires macabeus.
Embora haja referências a estes livros na Bíblia (II Tim. 3:8; Judas 9 e 14) não necessitamos aceitá-los como canônicos.
O Comentário Bíblico Adventista, vol. II, pág. 706, referindo-se a Judas 9 afirma:
“A Asserção que Judas citou da Assunção de Moisés, não nos força a aceitar esta obra como inspirada. Se Judas citou deste livro, ele estava simplesmente fazendo uso de certo material concreto contido nele.”
Paulo e Judas se utilizaram de ilustrações, como faz um pastor em nossos dias citando afirmações de Rui Barbosa ou Coelho Neto.
Estes livros, a exemplo dos apócrifos, são úteis por nos trazerem informações sobre o período intertestamentário.
A literatura pseudepígrafa foi produzida entre 200 a.C., e 200 A.D. com o objetivo de encorajar e consolar a nação judaica durante as invasões dos sírios e romanos.
Observação: Escritores católicos chamam estes livros de apócrifos, desde que os nossos apócrifos para eles são deuterocanônicos.
Nota. Para estudo mais aprofundado sobre a literatura apócrifa e pseudepígrafa recomendamos o livro O Período Interbíblico de Eneas Tognini.
Pedro Apolinário, História do Texto Bíblico, Capítulo 18.
Nenhum comentário:
Postar um comentário