23 de nov. de 2008

Cristo Justiça Nossa

“Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça.” 1João 1:9.

Deus requer que confessemos nossos pecados, e humilhemos diante dEle os coração. Porém, ao mesmo tempo, devemos confiar nEle, o Pai da ternura, que não abandonará aqueles que nEle põem a confiança. Muitos de nós andamos pela vista, e não pela fé. Cremos nas coisas que se vêem, mas não apreciamos as preciosas promessas a nós dadas na Palavra de Deus; contudo, não podemos desonrar mais decididamente a Deus do que mostrando desconfiança no que Ele diz, questionando se Ele nos fala seriamente, ou se nos está enganando.



Deus não nos abandona em virtude de nossos pecados. Podemos cometer erros, e entristecer Seu Espírito, mas quando nos arrependemos, e vamos ter com Ele contritos de coração, Ele não nos rejeitará. Há entraves a serem removidos. Têm sido nutridos sentimentos errados, e tem havido orgulho, presunção, impaciência e murmurações. Tudo isso nos separa de Deus. Cumpre confessar pecados, haver mais profunda obra da graça no coração. Os que se sentem fracos e desalentados, podem tornar-se fortes homens de Deus, e realizar nobre trabalho para o Mestre. Entretanto, precisam trabalhar tendo um elevado ponto de vista. Não devem ser influenciados por motivos egoístas.

Precisamos aprender na escola de Cristo. Coisa nenhuma senão a Sua justiça nos pode dar direito a uma só das bênçãos do concerto da graça. Temos há muito desejado e procurado alcançar essas bênçãos, mas não as recebemos, porque temos nos iludido com o pensamento de que podíamos fazer algo para nos tornamos dignos delas. Não temos tirado os olhos de nós mesmos, crendo que Jesus é o Salvador vivo. Importa não pensarmos que nossa própria graça e merecimentos nos hajam de salvar. A graça de Cristo é nossa única esperança de salvação. Por meio de Seu profeta, o Senhor promete: “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que Se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” Is 55:7. Devemos crer na simples promessa, e não aceitar sentimentos por fé. Quando crermos plenamente em Deus, quando confiarmos nos méritos de Jesus como Salvador que perdoa o pecado, receberemos todo o auxílio que possamos desejar.

Olhamos a nós mesmos, como se tivéssemos o poder de salvar-nos, mas Jesus morreu por nós por sermos incapazes para nos salvar. NEle está nossa esperança, nossa justificação, nossa justiça. Não nos devemos desanimar, e temer que não temos Salvador, ou que Ele não tenha pensamentos de misericórdia para conosco. Nesse exato momento Ele está dando continuidade à Sua obra em nosso favor, convidando-nos a ir ter com Ele em nosso desamparo, e ser salvos. Desonramo-lo por meio de nossa incredulidade. É surpreendente como tratamos até mesmo nosso melhor amigo. Quão insignificante é a confiança que nEle depositamos, Ele que é capaz de nos salvar perfeitamente, e que nos tem concedido evidência de Seu grande amor.

Meus irmãos, estais esperando que vossos méritos vos recomendem ao favor de Deus, pensando que deveis esta livres de pecado antes de confiar em Seu poder para salvar? Se isto é a luta que tem lugar em vosso espírito, temo que não obtenhais nenhuma força, e fiqueis afinal desanimados.

No deserto, quando o Senhor permitiu que serpentes venenosas picassem os israelitas rebeldes, Moíses foi instruído a erguer uma serpente de metal, e convidar todos os feridos a que olhassem para ela e vivessem. Muitos, porém, não viram auxílio nesse remédio indicado pelo Céu. Os mortos e moribundos se achavam por toda parte ao seu redor. Essas pessoas infelizes sabiam que, sem auxílio divino, sua desdita seria certa. Entretanto lamentavam suas feridas, suas dores, sua morte certa, até que se lhes iam as forças, e seus olhos se vidravam, quando poderiam ter recebido cura instantânea.

“Como Moisés levantou a serpente no deserto”, assim foi “o Filho do homem... levantado; para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:14. Se estais conscientes de vossos pecados, não consagreis todas as vossas forças a lamentá-los, mas olhai, e vivei. Jesus é nosso único Salvador. Embora milhões que necessitam ser curados Lhe rejeitem a misericórdia oferecida, pessoa nenhuma que confie em Seus méritos será deixada a perecer. Embora compreendamos o desamparo de nossa condição sem Cristo, não precisamos desanimar-nos. Cumpre-nos descansar no Salvador crucificado e ressurreto. Pobre alma enferma de pecado e abatida, olha e vive! Jesus empenhou Sua palavra. Salvará a todo aquele que a Ele recorrer.

Ide a Jesus, e recebei descanso e paz. Podeis receber a bênção mesmo agora. Satanás sugere que sois incapazes, e não podeis beneficiar-vos a vós mesmos. É verdade; sois incapazes. Porém, exaltai a Jesus diante dele:”Eu tenho um Salvador ressuscitado. NEle confio, e Ele jamais consentirá que eu seja confundido. em Seu nome eu triunfo. Ele é minha justiça, e minha coroa de regozijo.” Que ninguém sinta que seu caso é desesperador; pois não é. Podeis ver que sois pecadores e perdidos. Entretanto, é justamente por isto que necessitais de um Salvador. Se tendes pecados a confessar, não percais tempo. Estes momentos são ouro. “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” 1 João 1:9. Os que têm fome e sede de justiça, serão saciados; pois Jesus o prometeu. Precioso Salvador! Seus braços estão abertos para receber-nos, e Seu grande coração de amor espera abençoar-nos.

Alguns parecem sentir que precisam estar em experiência, e provar ao Senhor que se acham reformados, antes de poderem reclamar-Lhe as bênçãos. Contudo, essas queridas almas podem reclamar Suas bênçãos mesmo agora. Precisam possuir a graça, o Espírito de Cristo, para que sejam auxiliados em suas fraquezas, ou não lhes é possível formar caráter cristão. Jesus aprecia que nos acheguemos a Eles tais como somos pecaminosos, desamparados, dependentes.

O arrependimento, bem como o perdão, são dons de Deus por meio de Cristo. É pela influência do Espírito Santo que somos convencidos do pecado, e sentimos nossa necessidade de perdão. Ninguém senão os contritos são perdoados. Porém, é a graça de Deus que nos torna penitente o coração. O Senhor está familiarizado com todas as nossas fraquezas e enfermidades, e nos ajudará.

Alguns que se achegam a Deus pelo arrependimento e confissão, e mesmo crendo que os pecados lhes são perdoados, deixam ainda de reclamar como deviam, as promessas de Deus. Não vêem que Jesus é o Salvador sempre presente. Não estão prontos a confiar a guarda de sua alma a Ele, nEle descansando quanto ao aperfeiçoamento da obra de graça iniciada em seu coração. Enquanto julgam estar-se entregando a Deus, ainda confiam em si mesmos. Há pessoas conscienciosas que confiam parte a Deus e parte a si mesmas. Não olham a Deus, para serem guardadas por Seu poder, mas confiam na vigilância contra a tentação, e no cumprimento de certos deveres para serem aceitos por Ele. Nessa espécie de fé não há vitória. Tais pessoas lutam inutilmente. Sua alma está em continua servidão, e não encontrarão sossego enquanto seus fardos não forem depostos aos pés de Jesus.

É necessário haver contínua vigilância, e fervorosa, amorável dedicação. Porém, estas virão naturalmente quando a alma estiver guardada pelo poder de Deus, mediante a fé. Não podemos fazer nada, absolutamente nada, para nos recomendar ao favor divino. Cumpre-nos não confiar de modo nenhum em nós nem em nossas boas obras. Quando, como criaturas errantes, pecaminosas, vamos ter com Cristo, podemos encontrar descanso em Seu amor. Deus aceita toda pessoa que a Ele recorre, confiando inteiramente nos méritos do Salvador crucificado. O amor brota no coração. Talvez não haja êxtase de sentimentos, mas há confiança permanente e tranqüila. Todo fardo é leve, pois o jugo imposto por Cristo é suave. O dever torna-se deleite, e o sacrifício prazer. A senda que antes se afigurava envolta em trevas, torna-se iluminada pelos raios do Sol da Justiça. Isto é andar na luz assim como Cristo na luz está.

Ellen G. White




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