11 de dez. de 2011

O Espírito Santo e a Sabedoria de Deus

Eu quero tratar de um assunto que não promete ser muito fácil, mas nós também precisamos de um alimento sólido, para podermos nos fortalecer em nossa vida espiritual.

Como podemos ter mais conhecimento de Deus? Como podemos conhecer mais a Jesus Cristo e ao Espírito Santo? Como podemos conhecer mais da Divindade? Podemos conhecer a Deus pelo que conhecemos do homem? Será que eu posso desvendar a Deus olhando para mim mesmo?

O apóstolo responde a isso em 1Cor. 2. Há 4 palavras que se destacam aqui: Pregação, Predestinação, Providência e Poder.
I – PREGAÇÃO

Paulo foi um dos maiores pregadores da igreja primitiva. E ele garante que o conteúdo de sua pregação era a sabedoria.

Ele começa a epístola de 1Coríntios falando de sabedoria. No capítulo 2, ele diz no v. 1: “Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria.” Ele não chegou à cidade grega de Corinto como ele foi a Atenas onde expôs a sabedoria humana com palavras escolhidas, “com ostentação de linguagem” para pregar o Evangelho, baseado numa dialética oratórica.

Ele diz no v. 2, qual era a grande sabedoria que ele levou aos coríntios: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.” Ele sabia que sua pregação teria muito êxito se fosse baseada na Cruz de Cristo.

Esta é a sabedoria de Deus: a Cruz do Calvário, onde Cristo derramou o Seu precioso sangue para nos salvar do pecado. Este é o poder de Deus, que deve adornar a todos os sermões.

Com efeito, a sabedoria da Cruz é a maior fonte de inspiração para os pregadores que querem ganhar almas para o reino de Deus. A Cruz é o centro do Evangelho e do conhecimento de Deus. É a própria sabedoria divina, o poder de Deus para a salvação de pecadores.

II – PREDESTINAÇÃO

Mas esta sabedoria foi predestinada por Deus: 1Cor. 2:7-9: “Mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória; sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória; mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.”

Há aqui 5 palavras que descrevem a sabedoria verdadeira:

1- Misteriosa: esta é uma sabedoria misteriosa. O Evangelho é pleno de mistérios: há o mistério de Deus, de uma Trindade de pessoas na essência divina; o mistério de Cristo, e da Encarnação no ventre de uma virgem; o mistério do Espírito Santo. A Cruz é um outro mistério que será estudado por toda a eternidade.

2- Oculta: Antes, antigamente, outrora, a sabedoria de Deus estava oculta dos anjos, dos milhões de mundos espalhados pelo universo, e nós também nada sabíamos dela. Esta sabedoria estava oculta na mente de Deus em Cristo Jesus.

3- Preordenada: Portanto, a sabedoria foi predestinada desde a eternidade, e será desvendada através da eternidade. Antes que nós tivéssemos existido, antes da Criação do mundo, a sabedoria já estava prevista. Deus sabia que Adão e Eva logo após à sua criação, haveriam de pecar. O Concílio Celeste se reuniu para traçar o plano; houve uma predestinação: Se Adão caísse em pecado e desobediência, então, Cristo haveria de morrer para salvar o homem de seu pecado.

Desde quando foi predestinada? “Desde a eternidade”, disse Paulo. É por isso que lemos no Apocalipse que Jesus é o “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Apo. 13:8). No Concílio Celeste, a Cruz foi predeterminada. E todos os que aceitassem esta sabedoria seriam salvos: esta é a predestinação na Bíblia.

4- Desconhecida: Os poderosos, os príncipes daquele século, como César, Pilatos, Herodes, Anás e Caifás não conheciam a sabedoria de Deus, porque se a tivessem conhecido, disse o apóstolo que jamais teriam crucificado o “Senhor da glória”. Cristo mesmo confirmou isso ao dizer: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Luc. 23:34).

Mas, e se eles conhecessem a sabedoria e não tivessem crucificado a Cristo, como poderíamos nos salvar? E como poderiam eles conhecer a sabedoria que estava oculta, em mistério? E se Judas não traísse a Jesus? Felizmente, esta é uma questão para Deus, e não para nós. O conhecimento estava disponível, os profetas anunciaram, mas eles ainda a desconheciam.

Mas se os líderes judeus não tivessem crucificado a Cristo, Deus acharia um outro meio para que Cristo levasse os nossos pecados, derramando o Seu sangue. Isso poderia acontecer com os inimigos de Israel, que poderiam matar o seu Príncipe da paz, na última grande guerra de Gogue e Magogue. Então, Ele haveria de ressuscitar e vir em glória, para libertar o verdadeiro Israel. Mas não existe um plano B, um segundo plano, porque Deus previu a tudo e sabia que tudo iria se cumprir de acordo com o que fora previsto.

5- Inimaginada: Jamais penetrou no coração humano aquilo que Deus predestinou e preparou para aqueles que O amam. Os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, jamais se imaginou uma sabedoria tão fantástica como esta. A Cruz foi a maior demonstração da sabedoria de Deus. Nem Satanás podia imaginar, que Deus fosse capaz de um amor tão grande como o que foi demonstrado na Cruz; mesmo ele foi pego de surpresa. Nem Satanás podia conceber que Deus entregasse o Seu Único Filho para morrer por nós.

Mas, se a sabedoria estava escondida, em mistério, desconhecida, era inimaginada, qual foi a providência de Deus?

III – PROVIDÊNCIA
1Cor. 2:10-11: “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.”. Deus revelou a sabedoria: não é mais segredo o amor de Deus através da Cruz de Cristo.

Esta é a Revelação da Sabedoria: aquilo que estava oculto em mistério, Deus nos revelou. Como isso foi revelado? Através do Espírito Santo. Mas alguém poderia perguntar: Por que foi revelado pelo Espírito? E Paulo responde: porque é somente o Espírito que tem poder para fazer isso. Ele perscruta até as profundezas de Deus. Portanto, Ele pode revelar os Seus segredos, aquilo que está no próprio coração divino.

Mas alguém ainda poderia pedir: Paulo, pode nos dar uma ilustração disso que você está dizendo? E ele como era um verdadeiro pastor que desejava que a sua igreja entendesse bem o que ele escrevia, disse no verso 11: “Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.”

O que diz o texto? Disse que a sabedoria foi revelada pelo Espírito de Deus assim como as coisas do homem são reveladas pelo seu próprio espírito. “O espírito do homem não sabe as coisas do homem? Pois assim também o Espírito de Deus conhece as coisas de Deus”.

Duas Premissas Verdadeiras e uma Conclusão Falsa

É mais difícil explicar uma coisa difícil, quando a ilustração usada para esclarecer é usada para trazer confusão e distorcer as coisas. Esse texto do v. 11 é a própria base dos dissidentes, que não aceitam a doutrina da Trindade. Esse texto está sendo mal interpretado.

Eles dizem o seguinte: “O Espírito de Deus é igual ao espírito do homem: assim como o homem tem um espírito dentro dele, Deus o Pai tem um espírito dentro dele, também. E assim como o espírito do homem não é uma outra pessoa, assim ocorre com o Espírito de Deus. Portanto, está desfeita a Trindade, e não temos três Pessoas divinas, mas duas: o Pai e o Filho, e cada um com o seu próprio espírito. Conclusão: o Espírito Santo não é uma Pessoa e não é Deus.”

Este pensamento se parece com o seguinte raciocínio:

1ª premissa: O espírito do homem sabe das coisas do homem.
2ª premissa: O Espírito de Deus sabe das coisas de Deus.
Conclusão: O Espírito de Deus tem a mesma natureza que o espírito do homem.

E daí partem outras conclusões: Se o espírito do homem é apenas uma faculdade, o Espírito de Deus não pode ser uma pessoa; não deve passar de faculdade também, um poder ou uma influência. Ou seja: Duas premissas verdadeiras, mas conclusões falsas, porque estas não estão baseadas naquelas (premissas).

Seria isso verdade? O que você diria se lhe apresentassem esse texto, com toda essa argumentação? Muitos estão deixando a verdade, e seguindo fábulas, inventadas pela lógica humana, pelos sofismas da sabedoria humana, desconhecendo a revelação divina. Parece até atrativo esse tipo de ensino, mas peca pela simplicidade e desconhecimento de verdades mais profundas do que está na superfície. Deus não parece ser tão fácil de entender assim como é ensinado.

Quais são as implicações desta passagem? O que ela ensina sobre o espírito do homem? Poderíamos dizer de acordo com esse verso que o Espírito de Deus é igual ao espírito do homem? Seria o Espírito Santo uma parte de Deus o Pai? Poderíamos afirmar que o Espírito de Deus não é uma Pessoa, baseados nas palavras do apóstolo?

Natureza versus Função

Uma análise mais profunda do texto mostrará que a analogia feita pelo apóstolo não é sobre os dois tipos de espírito e sua existência, mas sobre o encargo de ambos.

A chave para uma compreensão simples, mas abarcante e profunda, é percebermos que Paulo não está falando de natureza, mas de função. Ele não está enfatizando a natureza do Espírito de Deus como se estivesse em igualdade ao espírito do homem. Ele está realçando a função de ambos, a fim de chegar à outra conclusão, ou seja: que é pelo Espírito de Deus que recebemos a verdadeira sabedoria.

O sábio Salomão fez uma comparação entre o espírito do homem e o espírito dos animais, quanto à sua natureza. Ele disse que todos têm o “mesmo espírito”, ou fôlego (rûach, no hebraico – Ecl. 3:19-21), e discorreu sobre a volatilidade, ou seja, se era natural o espírito subir ou descer. E respondeu à sua própria questão no final de seus discursos (Ecl. 12:7).

Mas se Salomão compara o espírito do homem com o dos animais, em sua natureza, Paulo compara o espírito do mesmo homem com o Espírito de Deus, em sua função. Em nosso texto, o apóstolo não diz, como disse o sábio, que se trata do “mesmo espírito”. Paulo diz, pelo contrário, que se trata da mesma função, respeitadas as proporções, é claro.

Ele faz uma comparação entre o espírito do homem e o Espírito de Deus, não em sua natureza, mas na função de ambos. Portanto, a conclusão exata, baseada nas premissas é: O espírito do homem como o Espírito de Deus têm a capacidade intelectual de penetrar nas coisas profundas e ocultas, respectivamente; ou seja, eles têm a mesma função, não a mesma natureza.

Se Paulo tivesse feito sua comparação em termos da natureza do Espírito, certamente ele teria dito algo nesse sentido, mas isso ele não fez. Como poderíamos conhecer a Deus baseados no que sabemos do homem? Como seria Deus comparado com “o homem cujo fôlego está no seu nariz?” (Isa. 2:22). Seria comparar o incomparável, o finito com o Infinito, o mortal com o Imortal, o volátil com o Eterno (Heb. 9:14). A mera admissão do espírito quanto à função existente não declara a igualdade inexistente de sua natureza.
A Analogia de Paulo

Paulo faz uma analogia perfeita. Aproximemo-nos do texto, separando as duas cláusulas em várias partes. Ele diz o seguinte em termos comparativos: 1ª cláusula: “Qual dos homens sabe as coisas do homem?” Resposta 1: nenhum homem sabe. Resposta 2: o espírito do homem (“que nele está”), esse sabe. Temos na 2ª cláusula: Quem conhece as coisas de Deus? Resposta 1: “Ninguém” conhece. Resposta 2: O Espírito de Deus conhece.

1) O que aprendemos acerca do “espírito do homem” nesse texto?

1- O espírito é propriedade dele. É o espírito do homem, é dele; cada homem tem um espírito.

2- O espírito está dentro dele. As palavras “nele está” indicam que está dentro dele, porque foi formado na Criação (Zac. 12:1; Gên. 2:7). Ademais, o espírito não é uma pessoa, pois está dentro da própria pessoa do homem, e faz parte de sua constituição.

3- O espírito tem poderes intelectuais. Paulo também afirma que o espírito do homem aqui referido é capaz de percepção intelectual, pois sabe as coisas do homem. Portanto, o espírito do homem neste verso é diferente de um simples fôlego porque é a sua própria mente.

2) O que aprendemos acerca do “Espírito de Deus” nesse texto?

1- Paulo afirma que Ele é uma propriedade de Deus, pois é definido como sendo “de Deus”; não simplesmente “do Pai”, como se o Espírito fosse propriedade exclusiva dEle; o que ele diz é que o Espírito é “de Deus”, o que significa pertencente à Divindade.

2- O Espírito Santo está dentro da Divindade. Outra verdade implícita por analogia, é que assim como o espírito do homem “nele está” (v. 11), o Espírito está em Deus; não simplesmente “no Pai”, mas dentro da Divindade. Paulo teve o cuidado de evitar a expressão “que nEle está”, referente ao Espírito, para que não pensássemos que Ele era idêntico ao espírito do homem, que está dentro dele mas que não é uma pessoa, por não ser verdade. Tampouco deveríamos pensar que Ele fizesse parte da constituição do Pai, algo impessoal que estivesse no interior da Pessoa do Pai. Entretanto, sem deixar de ser uma Pessoa, o Espírito está em nós (João 14:17), nós estamos em Cristo, e Cristo está no Pai (João 14:20); e agora aprendemos analogicamente, que o Espírito está em Deus (1Cor. 2:11).

3- Vemos também que o Espírito tem percepção intelectual, pois conhece os segredos divinos, penetra “até às profundezas de Deus” (v. 10). Há aqui uma semelhança com o espírito do homem, mas não uma igualdade. O Espírito de Deus tem uma mente (Rom. 8:27), enquanto que o espírito do homem é uma mente. De acordo com o contexto mediato e imediato, Ele não pode ser confundido com a própria mente, porque é uma Pessoa consciente, Alguém que possui capacidades intelectuais. Só isso já indica o fato de Sua personalidade.
Ora, isto nos leva a outras conclusões: Se o Espírito faz parte da Divindade, porque está em Deus, e é de Deus, isso fortalece claramente o ensino de Sua personalidade, porque o texto não diz que Ele é parte do Pai, e isto sugere que Ele deve ser uma Pessoa independente. E se conhece e perscruta todas as coisas de Deus, Ele é onisciente, pois esta é a própria definição de onisciência. Mas se Ele é onisciente, é também plenamente divino, e portanto, Deus, porque nada menos do que Deus pode penetrar e perscrutar a Deus.

Portanto, o que Temos Recebido?

O verso 12 responde a esta pergunta. V. 12: “Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente.”

O que temos recebido pela providência de Deus?

1- “Não temos recebido o espírito do mundo”: o espírito do mundo é o diabo, que é “o deus deste século que cegou o entendimento dos incrédulos para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho da glória de Cristo” (2Cor. 4:4). Muitos estão recebendo o espírito do mundo, estão recebendo ao próprio Satanás com suas falsas filosofias, falsas teses e falsos conselhos, e deixando uma tendência para desobedecer a Deus.

2- Mas temos recebido “o Espírito que vem de Deus”. Com que objetivo? “para que conheçamos o que nos foi dado por Deus gratuitamente”. Sem essa providência, sem o Espírito Santo nada saberíamos da salvação, da justificação e do perdão, e da recompensa que nos será dada no final de todas as coisas.

3- Paulo continua ampliando e agora apresenta o método, no v. 13: “Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais.”. “Disto também falamos”. Ele havia falado das coisas dadas gratuitamente: a Salvação e a Vida eterna, “não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito”.

Aí está a providência divina: o grande Professor que nos ensina a Verdade é o Espírito Santo. Muitos se assentaram aos pés de Aristóteles, Sócrates e Platão. Mesmo o apóstolo Paulo se assentou aos pés de Gamaliel, mas depois desistiu dele para se assentar aos pés de seu grande Professor divino, o Espírito de Deus.

De que modo nos ensina? “Conferindo coisas espirituais com espirituais”, comparando um texto da Bíblia com outro texto bíblico, você pode ver como se desdobra a verdade.

IV – PODER

1Cor. 2:14-16: ” Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.”

Agora é uma questão de poder. O homem pode ou não pode.

1- O homem natural não pode entender as coisas do Espírito de Deus. Mas alguém vai perguntar: Por que ele não pode? Porque elas “se discernem espiritualmente”; por mais que ele se esforce, por mais que ele queira, ele não pode entender. E, como resultado, ele não as aceita.

No início do meu ministério, tive oportunidade de falar com pessoas de intelecto, na cidade de Rio Branco, no Acre. Lembro-me que falei com alguns engenheiros sobre a verdade e lhes apresentei os pontos mais impressionantes da profecia de Daniel, julgando eu que pela posição de engenheiros e intelectuais, eles receberiam a verdade com alegria. Mas eles não entenderam a verdade e a rejeitaram. Mas por que eles não entenderam? Porque lhes parecia uma “loucura”, porque as verdades divinas “se discernem espiritualmente”. Então, eles não puderam entender. É uma questão de poder ou não poder.

2- Mas o homem espiritual pode fazer algumas coisas que o homem natural não pode. Ele pode julgar todas as coisas espirituais, ele pode entender as coisas espirituais porque elas se entendem de modo espiritual, e isso é algo que ele pode fazer: ele entende e julga as coisas desta vida espiritual, “mas ele mesmo não é julgado por ninguém” adequada e corretamente. Mas por que ele pode entender e julgar? É porque ele tem a mente de Cristo.

3- Como adquirimos esse poder em nossa vida? A mente de Cristo é o maior poder na vida de um cristão. Ele adquiriu esse poder através do Espírito Santo que nos foi dado para que entendêssemos as coisas que se discernem espiritualmente e que nos foram dadas de modo gratuito.

Mas isso só será dado a quem buscar: “Buscar-Me-eis e Me achareis, quando Me buscardes de todo o vosso coração” (Jer. 29:13). Buscamos a Deus por meio de duas coisas: (1) pela Oração: nós falamos a Deus; e (2) pela Bíblia: Deus fala a nós. Para que isso seja possível, o Espírito Santo nos fala em nossa mente, e “testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rom. 8:14). E assim mantemos uma verdadeira comunhão com Cristo. E como resultado, depois de ter um contato com a Fonte espiritual, nós nos tornamos espirituais e podemos ter a mente de Cristo.

Temos uma revelação da mente de Cristo pelas Suas Obras e pelos Seus Conselhos, pela Sua Pregação, pelos Milagres, e pelo Seu grande Sacrifício.

Temos nós a mente de Cristo? Você tem a mente de Cristo? Ou estamos buscando a mentalidade mundana? Não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito de Deus. Mas qual é a inclinação da sua mente?

CONCLUSÃO

Vimos, portanto, nesse capítulo a PREGAÇÃO, a PREDESTINAÇÃO, a PROVIDÊNCIA e o PODER. Vamos dar mais valor e buscar a esta PREGAÇÃO da sabedoria de Deus, a Cruz de Cristo, a qual nos foi PREDESTINADA “desde a eternidade para a nossa glória”, através da PROVIDÊNCIA de Deus que nos deu o PODER do Seu Espírito Santo para conhecermos tudo o que nos foi dado gratuitamente.

E aqui poderíamos terminar como Paulo terminou a sua 2ª epístola aos coríntios, confirmando a doutrina da Trindade, e nos levando a uma consagração mais próxima da Divindade: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.” (2Co 13:14).

Pr. Roberto Biagini

Nenhum comentário: