11 de dez. de 2011

O Homem que tem Sede de Salvação

Lucas 19:1-10: “Entrando em Jericó, atravessava Jesus a cidade. Eis que um homem, chamado Zaqueu, maioral dos publicanos e rico, procurava ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, por ser ele de pequena estatura. Então, correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de vê-lo, porque por ali havia de passar. Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa. Ele desceu a toda a pressa e o recebeu com alegria. Todos os que viram isto murmuravam, dizendo que ele se hospedara com homem pecador. Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais. Então, Jesus lhe disse: Hoje houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.”
Muitos têm sede de licor, de vinho, de libações alcoólicas; outros têm sede de drogas, anseio pelos alucinógenos; outros têm um grande desejo de dinheiro, muito dinheiro e nada mais além de dinheiro; outros ainda ambicionam a fama, o prestígio, o aplauso popular. Mas Zaqueu tinha sede de salvação.

¨ Você já teve um grande anseio pela vida superior?

¨ Você já teve um imenso desejo de superar os seus erros e dificuldades?

¨ Você já experimentou a sede de justiça e de salvação?

Hoje nós queremos falar sobre O QUE ACONTECE com um homem que tem sede de salvação. Há 4 COISAS que ACONTECEM com um homem que tem anseio pela salvação.

ZAQUEU era um homem israelita, que se tornara rico pela extorsão, pelo roubo e pela fraude, porque se aproveitava do trabalho de cobrador de impostos, era funcionário da alfândega de sua época, para furtar, e defraudar. Mas aquele homem, embora parecesse endurecido, tinha sede de salvação. Ele já experimentara tudo o que o mundo podia lhe oferecer, pois tinha a facilidade de comprar o que bem desejasse a sua alma. Porém, era um homem insatisfeito; ansiava por algo ainda desconhecido, algo que pudesse preencher o vazio de sua existência; aspirava por uma vida melhor.

E há 4 COISAS que aconteceram com Zaqueu, e há também 4 coisas que acontecerão com todos os que têm fome e sede de salvação.

I – O Homem Que Tem Sede de Salvação, ESFORÇA-SE PARA VER A JESUS (VS. 1-4)

1 – Temos nós necessidade de nos esforçar?

Muitos dizem que nós não precisamos nos esforçar porque Cristo já fez tudo por nós. Outros afirmam que sim, que nós precisamos nos esforçar porque temos uma parte a desempenhar em nossa salvação. Outros estão na dúvida, sem saber o que dizer a respeito desse assunto.

2 – Notamos que Zaqueu se esforçou.

Pode você imaginar um homem de pequena estatura se colocando em pé, na ponta dos dedos, a fim de ver a Jesus, mas impedido por causa de uma multidão de pessoas altas que o atrapalhavam, e o impediam de ver o Mestre? Podemos imaginar aquele homem vestido luxuosamente, pois assim com distinção se vestiam os homens ricos, correndo atropeladamente, a fim de subir em uma árvore? Pode contemplar aquele homem vestido de púrpura e linho fino, em uma posição não muito recomendável, no galho de um sicômoro?

Tudo isso era com o objetivo de ver a Jesus. Zaqueu desejava conhecer o grande Mestre, queria ver o Seu rosto. Mas ele não podia ver a Jesus facilmente por causa dos problemas e dificuldades; entretanto, não se desanimou; pelo contrário, ele se esforçou para ver a Jesus e ali estava ele nos galhos de uma árvore para poder contemplar o rosto do divino Mestre.

3 – De fato, há um esforço a ser feito por aqueles que têm sede de salvação.

Mas qual foi o esforço, em que sentido? A resposta é clara – o esforço é em direção a Jesus, o esforço é para ver a Jesus. Alguns poderiam objetar, e dizer: “Mas não disse o apóstolo Paulo: “Desembaracemo-nos de todo o peso e do pecado que tenazmente nos assedia e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta”? Sim, mas logo ele completa o pensamento, dizendo como fazemos isso: “Olhando firmemente para Jesus, o Autor e Consumador de nossa fé” [Heb. 12:1, 2]. De que modo devemos olhar para Ele? ‘Firmemente,’ isto é, sem desviar os olhos, e quando nós percebemos que desviamos os olhos, rapidamente O procuramos de novo.

4 – O esforço para ver a Jesus deve ser perseverante e invencível.

Havia muitos problemas para Zaqueu: Ele era rico. Para o jovem rico que teve também um encontro com Jesus, isso foi fatal. Ele era um publicano. Desprezado, considerado um grande pecador. Demais, ele era pequeno. De baixa estatura, cheio de complexos de inferioridade por sua pequenez. Mas ele venceu todas as dificuldades, revelando uma perseverança imbatível.

5 – Se você tem sede de salvação, seu esforço será ver a Jesus, custe o que custar.

Você será encontrado nas reuniões de oração, mesmo que isso custe enfrentar a chuva, o vento e o frio. Você será encontrado estudando a Bíblia, mesmo que tenha dificuldade de entender muitas coisas. Sua vontade de ver a Jesus será invencível, se realmente você tem sede de salvação. Como Zaqueu, você não pára diante das dificuldades, percebendo a necessidade do esforço para ver Aquele que tem tanto amor pelos pecadores! Você verá que compensa o esforço para ver o Salvador, embora Ele nos seja invisível.

II – O Homem que Tem Sede de Salvação, RECEBE A JESUS ALEGREMENTE (Vs. 5-6)

Zaqueu “desceu a toda a pressa e O recebeu com alegria.” Zaqueu recebeu a Jesus em sua casa, nós hoje O recebemos no coração.

1 – O que isso significa?

Receber a Jesus significa acolhê-Lo em nossa vida, aceitá-lO em nosso viver diário, convidá-lO para fazer parte de nossa existência, hospedá-lO no templo de nossa alma, em nossos pensamentos. Isso significa termos um vivo relacionamento com Aquele que nos amou a ponto de dar a própria vida em nosso lugar.

Disse Ele mesmo: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” (Ap 3:20). Assim como aconteceu com Zaqueu, recebendo a Jesus em sua casa e se alimentando com Ele, e dEle. Receber a Jesus é permitir que Ele entre em nosso coração, em nossa vida, a fim de cear conosco, a fim de sermos alimentados por Ele. É permitir que Ele seja o Salvador em nossa vida. É receber as Suas promessas de perdão e filiação. Daí, se desenvolve um relacionamento de amor e compromisso de seguir a Sua vontade como o Senhor de nossa existência.

2 – De que modo devemos receber a Jesus?

Zaqueu O recebeu com alegria. Não é possível recebê-Lo, realmente, sem alegria. Os fariseus, que não O haviam recebido, embora estivessem fisicamente tão próximos; apenas murmuravam, insatisfeitos, contra-sensos, porque Jesus Se hospedava com pessoas daquela espécie. Não tinham alegria.

Alguns, inclusive cristãos, demonstram tristeza em sua vida, murmuração, descontentamento, ciúmes, vida de insatisfação, não têm alegria. Por que isso? É porque ainda não receberam a Jesus.

É impossível recebê-Lo completamente em nossa vida sem alegria. Não é possível receber uma Dádiva tão preciosa de Deus, como é Jesus que morreu para nos salvar, sem uma grande demonstração de júbilo, gratidão, louvor e um intenso desejo de perdoar aqueles que nos ofenderam e nos devem tão pouco!

3 – Por que tantos são os nossos problemas como cristãos?

Temos problemas espirituais, praticando o pecado em nossa vida. Temos problemas de relacionamento, ao pensar muito em nós mesmos e esquecermos os direitos dos outros. Temos problemas emocionais e nos ofendemos com muita facilidade. Temos problemas financeiros, esquecendo de devolver o que pertence a Deus. Por quê? Porque não recebemos a Jesus com alegria, e muitas vezes lamentamos o fato de sermos cristãos.

4 – A religião cristã é plena de alegria.
Disse o apóstolo Paulo, que mais sofreu do que todos os que vivem lamentando: “Regozijai-vos sempre.” (1Ts 5:16). “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.” (Fil 4:4). Receber a Jesus é uma ventura emocionante, jubilosa e alegre.

Já estamos fartos do farisaísmo e legalismo, que é tentar ser cristão sem Cristo. Receber a Jesus é experimentar a maior felicidade, jamais superada pelas alegrias efêmeras e passageiras do mundo. Zaqueu era infeliz, até que recebeu a Jesus com alegria.

III – O Homem Que Tem Sede de Salvação, ARREPENDE-SE DE SEUS PECADOS (v. 8).

Zaqueu demonstrou genuíno arrependimento. Diante de Jesus ele se sentiu triste pelo mal que havia feito em defraudar o semelhante, e fez a mais impressionante declaração, jamais escrita antes, a respeito de qualquer homem rico do passado: ‘Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais’ (Luc. 19:8).

Ele não somente ofereceu a metade dos seus bens aos pobres, como decidiu restituir o roubado quadruplicadamente, fazendo uma confissão pública de seus pecados, porque eles eram conhecidos publicamente.

Com efeito, o verdadeiro arrependimento leva à restituição de tudo o que foi roubado. Sem restituição, não há arrependimento genuíno. Além da restituição, o arrependimento leva à confissão sincera do pecado.

E como será a confissão? Ela será pública, se a ofensa foi pública. Será sincera e específica, mencionando-se os pecados exatamente como aconteceram, diante de Deus.

1 – Definição: O que é Arrependimento?

Arrependimento é tristeza pelo pecado e o afastamento do mesmo. Arrependimento é uma tristeza que nos dá o poder, pela graça de Deus, de abandonar o pecado e o mal do coração.

Certa ocasião, numa cidade dos Estados Unidos, um homem cristão foi visitado por seu pastor. O pastor chegou à sua casa, e procurou esse senhor, e a sua esposa lhe disse que ele se encontrava no campo de lavoura trabalhando.

Então, o pastor foi lá a fim de falar-lhe. Mas chegou tão de repente, que o irmão nem teve tempo de esconder o cigarro que estivera ocultando até aquele momento. Mas, tentando se recompor, disse: “É, eu ainda estou fumando! Mas eu odeio esse maldito vício!”

O pastor lhe perguntou: “Odeia a ponto de largá-lo?” Essas palavras penetraram fundo em sua alma e ele respondeu: “Agora o senhor me pegou; eu nunca havia pensado dessa forma. Há tanto tempo que eu fumo, e odeio isso, mas por que não abandono logo esse maldito vício? Se eu odeio o fumo, então, eu vou largar isso!”

Ambos se ajoelharam e nunca mais aquele homem fumou.

2 – Arrependimento não é algo que você produz, é um dom de Deus.

Portanto: Tristeza pelo pecado é dom de Deus. Abandono do pecado é dom de Deus. Arrependimento genuíno e sincero é isso: abandono do pecado, motivado pelo ódio, pela tristeza de ferir a Deus e a Jesus Cristo, e entristecer ao Espírito Santo. Você está triste por seu pecado? Está triste a ponto de largá-lo? Tem ódio do pecado? A ponto de abandoná-lo?

3 – Mas, então, o que devemos fazer?

Se isso tudo é um dom de Deus, o que devemos fazer para que aconteça o arrependimento? Como vamos nos arrepender se não estamos arrependidos? Como sentir uma tristeza que não estamos sentindo? Como abandonar um pecado que não estamos dispostos a abandoná-lo?

Funciona como o caso daquela professora que disse a um aluno peralta: “Vai lá com a diretora e diga-lhe que você está arrependido de tê-la ofendido!” No outro dia, ela lhe perguntou: “Você disse à diretora que você estava arrependido?”

Ela já havia se comunicado com a diretora e sabia que ele não lhe falara. Mesmo assim, o aluno disse: “Sim, eu falei!” Mentiu. E, agora, cometera outro erro por que a professora lhe dizia para falar que estava arrependido, sem que ele estivesse arrependido.

Felizmente, a professora deixou isso de lado e foi cuidar dos seus trabalhos. Mas o menino ficou intrigado com isso: “Como vou dizer à diretora que estou arrependido, se não estou?”

Arrependimento é algo que acontece espontaneamente quando você olha para Jesus. Foi exatamente isso que fez Zaqueu: ele olhou para Jesus, ele viu em Cristo a pureza divina e almejou viver essa vida de um homem feliz, e se arrependeu de toda a sua vida de pecado e resolveu restituir a tudo o que havia roubado quadruplicadamente.

E mais: revelou um profundo amor pelo semelhante, ao dizer: “Resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens!” Quando vemos a Jesus, o amor nasce em nosso coração, e as mãos avarentas se abrem para ajudar aos outros que estão em necessidade!

Quando contemplamos a Jesus Cristo na Cruz do Calvário: Quando compreendemos que os nossos pecados crucificaram o Filho de Deus, quando entendemos que nós somos culpados da morte de Cristo na Cruz, então, sentimos tristeza, e abandonamos os nossos erros, e seguimos a Jesus.

Compreendemos finalmente que os nossos pecados ofendem a Deus, que feriram a Cristo na Cruz, onde Ele pagou o preço de nossa redenção. Daí, surge o arrependimento verdadeiro.

4 – O arrependimento é indispensável à salvação.

Disse Jesus: “Se não vos arrependerdes, certamente perecereis”. Mas se você tem sede de salvação, olha para Jesus, busca a Jesus, esforce-se para aproveitar todas as oportunidades para vê-Lo, vindo à igreja, lendo a Bíblia, e fazendo as suas orações. Assim você poderá ver a Jesus claramente.

IV – O Homem que Tem Sede de Salvação, TORNA-SE UM FILHO DE DEUS (vs. 9-10)

“Então, Jesus lhe disse: Hoje houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19:9-10).

Zaqueu era esse homem perdido, mas sedento de salvação. Então ele foi achado, e se tornou um filho de Abraão, como Cristo disse dele. E falou isso para surpresa geral e espanto dos fariseus, a fim de que todos ali que o desprezavam como um publicano pecador pudessem saber que ele não mais deveria ser menosprezado, mas considerado como também um filho da comunidade de Israel, e conseqüentemente, um filho de Deus.

1 – Nós também podemos nos tornar filhos de Deus.

Se você tem sede de salvação, e anseia por perdão, justificação e reconciliação com Deus para estar em paz com Ele e desfrutar de alegria na vida; se você olha para Jesus, buscando-O como o Seu Salvador, a fim de vencer o pecado e receber o poder para viver em obediência; se você se arrepender, abandonar o pecado, motivado por uma profunda tristeza por haver ofendido ao Espírito Santo: – então, você também será um filho de Deus.

2 – Nós estávamos vivendo em gélida solidão.

Sem família, separados da família celestial, distanciados, “sem lar, sem rumo, sem razão”, como disse Castro Alves. Antes, éramos filhos da ira e destinados à morte eterna; agora, somos filhos de Abraão, o pai dos crentes, e conseqüentemente, vamos pertencer ao povo escolhido, e seremos filhos de Deus.

3 – Que tipo de filhos?

Filho legítimo é Jesus Cristo, e Ele tão-somente. Nós somos filhos adotivos. Mas isso tem uma implicação muito preciosa: Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo. Antes que nós pudéssemos pensar ou fazer alguma coisa ou mesmo ter alguma consciência de vida, fomos escolhidos pelo grande plano de Deus.

Isso indica Seu maravilhoso amor. Não é o caso de sermos filhos que não puderam ser evitados. É uma distinção de filhos que foram adotados pela escolha de um Pai amoroso. Ele não só nos escolheu mas, também, nos predestinou. Logo após ter-nos escolhido, Ele nos predestinou para a salvação, que só pode ser medida pela eternidade.

4 – O que nos aguarda como filhos?

Disse S. Paulo: “Ora, se somos filhos, somos também herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Jesus Cristo”. Aguarda-nos a herança eterna de um Paraíso de glórias imorredouras. Há uma riqueza imensurável para todos os filhos de Deus.

CONCLUSÃO E APELO:

O que Acontece Àquele que tem Sede de salvação?

1 – Ele se esforça para ver a Jesus Cristo,
2 – Ele O recebe em seu coração e na sua vida,
3 – Ele se arrepende sinceramente dos seus pecados.
4 – Ele se torna um verdadeiro filho de Deus.

Você tem Sede de Salvação?

Então,
1- Você se esforçará para ver a Jesus, custe o que custar, não se importando com as conseqüências, nem com os obstáculos.
2- Você receberá a Cristo no coração, como o seu único e suficiente Salvador, fazendo-O também o Senhor de sua vida.
3- Então, você se arrependerá de seus pecados, não importando de que classe eles foram. E haverá confissão sincera e específica.
4- Como um resultado, você se tornará um filho de Deus, podendo receber sua parte no dia final, a recompensa de todos os remidos, a eterna herança do Paraíso de Deus.

Pr. Roberto Biagini

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