1 de dez. de 2011

Os Pseudepígrafos

São os livros escritos sob um nome fictício. Para outros são os escritos judaicos, extrabíblicos, não inspirados do Antigo Testamento.

São considerados de valor no estudo do cânon, e alguns estudiosos os incluem no mesmo grupo dos apócrifos.

Dentre os pseudepígrafos destacam-se:

1) O Livro de Enoque.
A crítica textual não tem condições de localizá-lo exatamente em determinada época, mas deve pertencer ao período de 200 a.C. e as primeiras décadas do primeiro século da nossa era.

De uma coisa temos certeza: este livro trouxe uma contribuição especial ao conceito do Messias celeste e o Filho do Homem.

2) A Assunção de Moisés.
Deve ter sido publicado no tempo de Cristo e procura narrar a história do mundo, em forma de profecia, desde Moisés até ao tempo do autor.

3) Os Oráculos Sibilinos.
São obras judaicas que, à imitação das profecias pagãs de Sibila, pretendem divulgar o pensamento hebraico entre os gentios.

4) O Livro dos Jubileus.
É um comentário sobre Gênesis, frisando que a Lei foi observada desde os mais remotos tempos. Recebe este nome pelo fato de dividir a história em períodos jubileus, isto é, quarenta e nove anos (sete semanas de anos).

5) O livro dos Segredos de Enoque (II Enoque).
Descreve pormenorizadamente os sete céus e antecipa em mil anos o reinado de Deus na terra.

6) O Apocalipse de Baruque.
Alguns o atribuem ao escriba de Jeremias.
Foi escrito, segundo os críticos, nas últimas décadas do primeiro século da nossa era.

7) O Apocalipse de Abraão.
É uma obra judaica com passos de literatura do cristianismo.
Pertence ao século I da nossa era.

8) Os Salmos de Salomão.
Coletânea de dezoito salmos, escrita por um fariseu, que viveu na segunda metade do primeiro século da era cristã.

O estilo é bastante semelhante ao dos Salmos que temos na Bíblia.

9) A Carta de Aristéias.
É interessante por informar-nos das supostas circunstâncias em que foi feita a tradução do Velho Testamento hebraico para o grego.

10) O III e IV Macabeus.
No III encontramos uma tentativa de massacre dos judeus no reinado de Ptolomeu Filopator.

O IV é um tratado filosófico ilustrando a tese do autor no caso dos mártires macabeus.

Embora haja referências a estes livros na Bíblia (II Tim. 3:8; Judas 9 e 14) não necessitamos aceitá-los como canônicos.

O Comentário Bíblico Adventista, vol. II, pág. 706, referindo-se a Judas 9 afirma:

“A Asserção que Judas citou da Assunção de Moisés, não nos força a aceitar esta obra como inspirada. Se Judas citou deste livro, ele estava simplesmente fazendo uso de certo material concreto contido nele.”

Paulo e Judas se utilizaram de ilustrações, como faz um pastor em nossos dias citando afirmações de Rui Barbosa ou Coelho Neto.

Estes livros, a exemplo dos apócrifos, são úteis por nos trazerem informações sobre o período intertestamentário.

A literatura pseudepígrafa foi produzida entre 200 a.C., e 200 A.D. com o objetivo de encorajar e consolar a nação judaica durante as invasões dos sírios e romanos.

Observação: Escritores católicos chamam estes livros de apócrifos, desde que os nossos apócrifos para eles são deuterocanônicos.

Nota. Para estudo mais aprofundado sobre a literatura apócrifa e pseudepígrafa recomendamos o livro O Período Interbíblico de Eneas Tognini.

Pedro Apolinário, História do Texto Bíblico, Capítulo 18.

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